Até o fechamento da última sexta-feira, os principais índices de ações dos Estados Unidos registraram ganhos moderados: o S&P 500 avançou 0,53%, o Nasdaq 100 subiu 0,52% e o Dow Jones Industrial Average também teve alta de 0,52%.

O movimento positivo se estendeu para a segunda-feira, sustentado pela redução das preocupações com o comércio internacional e pela melhora no sentimento de risco após a recente volatilidade ligada ao setor de bancos regionais dos EUA. Os mercados estrangeiros acompanharam o ritmo: o Stoxx Europe 600 subiu 0,6%, impulsionado por ações do setor bancário, enquanto o MSCI Ásia-Pacífico saltou 1,8%. Já o índice de mercados emergentes avançou 1,4%.

No mercado de renda fixa, os títulos soberanos da França recuaram após a S&P Global Ratings rebaixar a classificação de crédito do país. Nos Estados Unidos, os Treasuries caíram ao longo de toda a curva, elevando o rendimento dos papéis de 10 anos para 4,02%. O ouro permaneceu estável, enquanto os preços do petróleo recuaram pela terceira semana consecutiva, reforçando a percepção de enfraquecimento da demanda global.

O sentimento dos investidores melhorou após o presidente Donald Trump sinalizar disposição para reduzir as tensões comerciais com a China, em meio ao estresse no sistema de crédito dos bancos regionais. Uma nova rodada de negociações entre Washington e Pequim está marcada para esta semana, na Malásia, onde o secretário do Tesouro Scott Bessent e o vice-premiê chinês He Lifeng devem discutir medidas para evitar uma nova escalada da disputa comercial.

Apesar da recepção positiva dos mercados, economistas permanecem céticos quanto à possibilidade de um acordo duradouro, lembrando que temas estruturais — como propriedade intelectual e acesso a mercados — dificilmente serão resolvidos em uma única rodada de conversas. Ainda assim, qualquer sinal de moderação na retórica é considerado positivo para o crescimento global e para a estabilidade das cadeias de suprimentos.

É importante lembrar que Trump voltou a destacar três pontos críticos nas relações com a China: metais de terras raras, fentanil e soja — todos eles com impactos diretos nas cadeias industriais e no cenário político doméstico dos EUA.

Como mencionado, a França teve sua nota de crédito reduzida de AA- para A+ pela S&P Global Ratings, que citou aumento da incerteza fiscal. Em menos de um mês, o país perdeu o status AA em duas das três principais agências globais, o que pode forçar fundos de investimento com critérios mais rígidos a desfazer posições em títulos franceses.

No cenário técnico do S&P 500, o primeiro objetivo dos compradores para hoje é romper a resistência imediata em 6.697 pontos. Um movimento consistente acima desse nível indicaria força compradora e abriria espaço para um avanço em direção aos 6.711 pontos. Um segundo ponto de atenção para os otimistas será defender a região de 6.727 pontos. Manter o preço acima desse patamar reforçaria a dominância dos compradores e poderia servir como base para um novo movimento de expansão.

Já em um cenário de recuo causado por redução do apetite ao risco, os compradores precisarão se posicionar na zona de 6.682 pontos. Uma quebra abaixo desse suporte colocaria o índice sob pressão e poderia levar rapidamente o preço de volta para 6.672 pontos, com extensão possível até 6.660 pontos.