Os próximos dados econômicos do Reino Unido serão relativamente limitados, mas um relatório em particular pode ter impacto relevante sobre a libra esterlina. Na quarta-feira, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de setembro. Como mencionado anteriormente, a inflação no Reino Unido já opera há bastante tempo em quase o dobro da meta do Banco da Inglaterra (BoE) — e na próxima semana esse desvio pode se confirmar oficialmente. A projeção é de que o CPI anual avance mais 0,2%, atingindo 4,0%, enquanto a inflação subjacente (core) pode subir para 3,7%.
Esse único relatório pode ser suficiente para levar o BoE a descartar qualquer expectativa residual de corte de juros antes do fim do ano. Embora ainda haja economistas que defendam uma última rodada de afrouxamento monetário, citando aumento do desemprego e perda de tração no mercado de trabalho, cresce o argumento a favor de uma manutenção das taxas ou até de uma postura mais vigilante. A inflação britânica vem subindo de forma contínua há mais de um ano, o que indica uma tendência estrutural, e não um movimento pontual provocado por choques externos, como a guerra comercial. Se o BoE insistir em flexibilizar neste cenário, a inflação pode rapidamente atingir 5% ou 6%, o que representaria um risco relevante.
Além do CPI, os outros destaques da semana serão os dados de vendas no varejo e os índices PMI dos setores industrial e de serviços, previstos para sexta-feira. Até o momento, não há projeções para os PMIs, enquanto as expectativas para o varejo apontam para queda na base mensal.
Na minha avaliação, apenas o relatório de inflação merece atenção especial neste momento. Nos Estados Unidos, a agenda econômica seguirá esvaziada devido ao prolongamento do shutdown do governo, e ao longo de 2025 foi justamente a dinâmica dos dados norte-americanos que guiou os fluxos de mercado. Com a paralisação dos relatórios oficiais, o foco agora se desloca para desdobramentos políticos e geopolíticos. O dólar dos EUA enfrenta hoje um conjunto amplo de pressões, e assim que esses riscos forem totalmente precificados, é provável que a demanda pela moeda volte a enfraquecer.
Análise de onda para o EUR/USD:
Com base na análise da estrutura atual de ondas, o EUR/USD continua a desenvolver um segmento de tendência altista. A formação das ondas segue fortemente condicionada pelo fluxo de notícias, especialmente pelas decisões de Donald Trump e pelas políticas internas e externas da nova administração da Casa Branca. A zona-alvo projetada para esse movimento pode se estender até a região de 1,25. No momento, o mercado parece estar concluindo a onda corretiva 4, uma formação mais longa e complexa do que o habitual, mas ainda alinhada com o padrão geral de alta. Diante desse cenário, as oportunidades de compra permanecem mais favoráveis em comparação com operações de venda. Até o final do ano, a projeção técnica indica que o euro pode alcançar 1,2245, nível que corresponde à extensão de 200,0% de Fibonacci.
Análise de onda do GBP/USD:
A estrutura de ondas do GBP/USD passou por uma alteração significativa. O par permanece inserido em um impulso altista, porém a configuração interna tornou-se mais complexa. A onda 4 está se desenvolvendo em um padrão corretivo de três movimentos, com extensão claramente superior à da onda 2. A correção baixista mais recente em três ondas parece ter sido concluída. Caso essa leitura seja confirmada, é provável que o movimento ascendente dentro da estrutura global de ondas seja retomado. Os alvos iniciais permanecem projetados nas regiões de 1,3800 e 1,4000. Como sempre, é essencial que a ação do preço seja validada por sinais técnicos e níveis estruturais relevantes, mas a leitura da estrutura de ondas continua oferecendo um quadro estratégico sólido para a direção da tendência de médio prazo.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas das ondas devem ser simples e compreensíveis. Estruturas complicadas são difíceis de negociar e são mais propensas a mudar.
- Se houver incerteza sobre as condições do mercado, é melhor ficar fora.
- Nunca há certeza absoluta sobre a direção do mercado. Sempre use ordens de stop loss.
- A análise de ondas pode e deve ser combinada com outras ferramentas e estratégias de negociação para uma abordagem abrangente.