A estrutura de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD permaneceu inalterada por vários meses, o que é animador. Mesmo durante a formação de ondas corretivas, a estrutura manteve sua integridade, permitindo previsões mais precisas. Vale destacar que os padrões de ondas nem sempre seguem o modelo idealizado dos livros. No entanto, no momento, a configuração está bastante clara.

A tendência de alta ainda está em desenvolvimento, enquanto o pano de fundo das notícias continua favorecendo, principalmente, não o dólar. A guerra comercial iniciada por Donald Trump persiste. O confronto com o Fed continua. As expectativas dovish do mercado estão em crescimento. Além disso, a "Grande Lei" de Trump deve elevar a dívida pública dos EUA em 3 trilhões de dólares, ao mesmo tempo em que o presidente americano segue impondo novas tarifas. O mercado avaliou de forma equivocada os primeiros 6–7 meses de Trump na presidência, apesar de o PIB ter crescido 3% no segundo trimestre.

Nesta fase, é possível supor que a onda 4 foi concluída. Se esse for o caso, então a construção da onda de impulso 5 já começou, com alvos projetados em torno de 1,25. É claro que a onda 4 ainda pode evoluir para uma correção mais longa em cinco ondas, mas estou trabalhando com o cenário mais provável.

Na terça-feira, o EUR/USD recuou algumas dezenas de pontos, mas o relatório anual do Nonfarm Payrolls ainda não foi divulgado. Portanto, espero que a atividade de mercado aumente significativamente mais tarde no dia. Por enquanto, porém, as notícias são escassas. A semana passada foi repleta de relatórios, enquanto esta está relativamente vazia.

Os participantes do mercado voltaram sua atenção para a crise política na França, que pode culminar com a renúncia do primeiro-ministro. Mas sejamos francos: todos os anos, algum país da União Europeia enfrenta uma crise política. Do ponto de vista econômico, isso significa muito pouco. Um primeiro-ministro deixa o cargo, outro assume. Se o parlamento for dissolvido, novas eleições acontecem. Pessoalmente, não vejo grandes problemas nisso.

Do meu ponto de vista, o relatório de folhas de pagamentos não-agrícolas (Nonfarm Payrolls) é muito mais relevante. Ele pode agravar ainda mais a já frágil situação do dólar, que vem sofrendo forte pressão ao longo de 2025. Caso o relatório de hoje aponte contração na criação real de vagas, isso não deve influenciar a decisão do Fed na próxima semana. No entanto, certamente enfraquecerá ainda mais o sentimento dos compradores da moeda americana. O dólar parece estar em um nível em que muitos acreditam haver pouco espaço para quedas adicionais — mas, na minha avaliação, não é bem assim.

O mercado provavelmente já precificou um corte na taxa de juros do Fed em setembro, já que essa possibilidade vem sendo considerada desde o início do ano. Porém, é improvável que as rodadas subsequentes de flexibilização já estejam totalmente refletidas nos preços. De qualquer forma, é difícil imaginar que a demanda pelo dólar não continue em declínio enquanto o FOMC mantiver uma política ativa de flexibilização monetária.

Por ora, temos uma estrutura de ondas clara. Só se ela começar a se modificar será pertinente considerar cenários alternativos.

Conclusões gerais

Com base na minha análise do EUR/USD, concluo que o par continua a formar uma seção de alta da tendência. A estrutura da onda continua totalmente dependente das notícias relacionadas com as decisões de Trump e a política externa dos EUA. Os alvos da tendência podem se estender até o nível 1,25. Portanto, continuo a considerar compras com alvos em torno de 1,1875, o que corresponde ao nível de Fibonacci de 161,8%, e acima.

Princípios fundamentais da minha análise:

1. As estruturas das ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de negociar e muitas vezes levam a mudanças.
2. Se você não tiver certeza sobre as condições do mercado, é melhor não entrar.
3. Não existe certeza absoluta sobre a direção do mercado. Sempre use ordens de Stop Loss.
4. A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.