Hoje, o par GBP/JPY segue sob pressão, estendendo o recuo após a máxima registrada em julho de 2024. O movimento reflete o fortalecimento do iene japonês, que levou a cotação a se aproximar do nível psicológico de 199,00.

A reação inicial do mercado à renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba perdeu força diante da crescente expectativa de que o Banco do Japão avance no processo de normalização monetária. Esse cenário ganhou ainda mais peso após a revisão para cima dos dados do PIB do segundo trimestre, divulgados na segunda-feira. O aumento dos gastos das famílias e a alta dos salários reais também reforçam a possibilidade de um ajuste nas taxas de juros até o fim do ano — fator que sustenta o iene e pressiona o par.

Por outro lado, a libra encontra algum suporte na contínua fraqueza do dólar americano.

As vendas no varejo do Reino Unido, ajustadas pelo critério like-for-like (vendas comparáveis), subiram 2,9% em agosto na comparação anual, superando tanto o resultado de julho (1,8%) quanto a previsão do mercado (2%). Trata-se do maior nível em quatro meses e, combinado à postura cautelosa do Banco da Inglaterra em relação a cortes de juros, esse dado contribui para manter a libra sustentada, limitando quedas mais acentuadas no GBP/JPY.

Ainda assim, a incerteza em torno do orçamento de outono, previsto para novembro, pode conter uma postura mais agressiva de compra da libra por parte dos traders, restringindo ganhos intradiários. Em termos fundamentais, isso indica que só um rompimento consistente abaixo do nível psicológico de 199,00 confirmaria que o par atingiu um topo.

Do ponto de vista técnico, os osciladores no gráfico diário ainda não migraram para território negativo, e o suporte em 199,00 continua segurando o preço contra quedas mais amplas. Abaixo desse patamar, a próxima referência é a média móvel simples de 50 dias, em torno de 198,40, seguida pelo suporte psicológico em 198,00.

Já as resistências estão no nível de 200,00 e, acima dele, na máxima de setembro — registrada por último em julho de 2024 — em torno de 200,35.