Enquanto o dólar americano tenta manter os ganhos recentes obtidos com os fortes dados de inflação divulgados ontem nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, afirmou nesta quinta-feira que vê sinais de que as condições dos consumidores no país melhoraram em julho, após um enfraquecimento no início do ano.

Barkin afirmou, durante um webinar organizado pela National Association for Business Economics, que sentia que a atividade do consumidor iria melhorar em julho e acrescentou que, ao observar os dados semanais de cartões de crédito, a situação parecia muito mais favorável.

Barkin, que não tem direito a voto nas decisões sobre taxas de juros este ano, fez essas declarações pouco antes da divulgação dos dados de vendas no varejo de julho. Ele destacou que houve uma desaceleração temporária no primeiro semestre, mas acredita que, daqui em diante, os gastos tendem a seguir um ritmo mais sustentável. "O panorama geral continua bastante favorável. As pessoas têm emprego. Os salários reais estão crescendo", afirmou.

Esses comentários ganham relevância em meio ao acirramento das discussões sobre crescimento econômico e inflação nos Estados Unidos. Os mercados acompanham de perto cada sinal dos dirigentes do Federal Reserve, na tentativa de antecipar os próximos passos da política monetária. Embora as falas de Barkin não tenham impacto direto nas decisões atuais, elas refletem o clima predominante dentro da liderança do banco central.

A ideia de que o consumo caminha para um padrão mais equilibrado pode reforçar a expectativa de que as pressões inflacionárias comecem a ceder. Após um período prolongado de inflação elevada, o Fed projeta uma normalização gradual das condições econômicas, aproximando os preços de sua meta oficial.

No curto prazo, os investidores já precificam a possibilidade de que o Fed reduza a taxa básica de juros em setembro. Até agora, a autoridade monetária manteve os juros inalterados ao longo de 2025, diante do receio de que tarifas comerciais reacendessem a inflação. Mais cedo nesta quinta-feira, o presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, afirmou que ainda é cedo para definir sua posição na reunião de setembro, mas adiantou não ver espaço para um corte mais agressivo de 0,50 ponto percentual.

No campo técnico, o EUR/USD enfrenta um momento decisivo. Os compradores precisam romper a barreira de 1,1700 para abrir caminho rumo a 1,1730. Acima desse nível, o próximo alvo é 1,1770, embora um avanço até 1,1790 dependa do suporte de grandes players de mercado. Caso o par recue, a pressão compradora deve se intensificar apenas na região de 1,1640. Se esse suporte não segurar, novas oportunidades de compra podem surgir em 1,1600 ou até em 1,1565.

Já o GBP/USD encontra resistência imediata em 1,3555. Apenas um rompimento claro desse patamar permitirá mirar 1,3590, com 1,3615 como objetivo mais distante. Por outro lado, se o par perder força e cair para 1,3520, os vendedores podem assumir o controle. Nesse cenário, a quebra do suporte representaria um duro golpe para os compradores e poderia empurrar a libra em direção a 1,3480, com possibilidade de queda até 1,3445.