As ações em Wall Street fecharam em queda após uma sessão de negociações volátil. Os traders do dólar e dos títulos aguardam a divulgação dos dados do índice de preços ao consumidor dos EUA, que ajudarão a esclarecer a probabilidade de um corte na taxa de juros. Os preços do petróleo estão estáveis antes das negociações entre Trump e Putin. O ouro caiu 1,5%.
Nervosismo no mercado: investidores acompanham negociações e dados econômicos
Na segunda-feira, os mercados acionários globais fecharam em baixa, refletindo a incerteza em meio a oscilações nas relações comerciais e geopolíticas. Ao mesmo tempo, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de longo prazo caíram, enquanto a atenção dos participantes do mercado estava voltada para as próximas divulgações macroeconômicas e negociações internacionais.
Pausa comercial entre EUA e China
Horas antes da retomada das tarifas mais altas sobre produtos chineses, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem estendendo a trégua tarifária atual por mais três meses. Essa decisão surpreendeu alguns analistas, dada a retórica dura de ambos os lados nas últimas semanas.
Líderes se encontram no Ártico
Mais tarde na semana, estão programadas negociações entre Donald Trump e o presidente russo Vladimir Putin no Alasca. Analistas políticos apontam que a agenda do encontro pode abranger tanto questões de segurança quanto temas econômicos estratégicos.
Pressão em Wall Street
Os índices acionários dos EUA encerraram a sessão em baixa. As quedas mais acentuadas foram observadas nas ações dos setores de energia e tecnologia, enquanto os setores de bens de consumo essenciais, consumo discricionário e saúde registraram ganhos.
Resultados da negociação- Dow Jones Industrial Average: -0,45%
- S&P 500: -0,25%
- Nasdaq Composite: -0,30%
- STOXX 600 (Europa): -0,06%
- MSCI World: -0,25% (938,16 pontos, próximo das máximas de julho)
Foco na inflação
O evento principal da semana será a divulgação, na terça-feira, dos dados de preços ao consumidor nos EUA. Economistas estimam que os efeitos das tarifas elevarão a inflação subjacente em 0,3%, levando a taxa anual para 3%, ainda acima da meta de 2% do Federal Reserve.
Taxas em destaque: cenário de setembro pode mudar
Um possível aumento na taxa básica de juros poderia abalar a confiança do mercado em um afrouxamento iminente da política monetária. Economistas observam que alterar as expectativas exigiria um movimento significativo, dado o impacto da queda no número de empregos sobre as previsões atuais. Atualmente, os participantes do mercado estimam a probabilidade de corte de juros em setembro em cerca de 90%, considerando também pelo menos uma redução adicional antes do fim do ano.
Pressão política sobre o Fed
O presidente dos EUA, Donald Trump, continua a criticar o Federal Reserve por sua recusa em cortar as taxas nas reuniões recentes. A comunidade financeira também acompanha de perto quem sucederá o atual presidente, Jerome Powell, cujo mandato termina em maio.
Dólar em alta
A moeda dos EUA se fortaleceu contra os principais pares globais. A taxa de câmbio frente ao iene japonês subiu 0,26%, para 148,11. Contra o franco suíço, o dólar avançou 0,47%, para 0,812. O euro enfraqueceu 0,21%, para 1,1615. O índice do dólar americano ganhou 0,27%, para 98,50.
Dólar australiano perde terreno
Antes da reunião do Banco Central da Austrália, que deve confirmar a tendência de corte na taxa de juros, a moeda australiana caiu 0,18%, para 0,6512 dólares americanos. Em julho, o regulador surpreendeu os mercados ao manter a política inalterada, aguardando novos dados de inflação.
Ouro sob pressão
Os preços do ouro caíram 1,50%, para 3.347,69 dólares por onça, após Trump anunciar que não imporia tarifas ao metal importado. Os contratos futuros de dezembro nos EUA fecharam 2,5% em baixa, a 3.404,70 dólares por onça.
Petróleo sobe com sinais positivos
Os preços do petróleo tiveram ganhos modestos na terça-feira. O Brent subiu 0,06%, para 66,63 dólares por barril. O WTI dos EUA avançou 0,13%, fechando em 63,96 dólares.
Mercados asiáticos em alta
Os índices acionários asiáticos encerraram o dia em alta. O mercado japonês atingiu uma nova máxima histórica, apoiado pela extensão da trégua tarifária entre os Estados Unidos e a China, além das expectativas para a divulgação de um importante relatório de inflação dos EUA que poderá definir os próximos passos das taxas de juros.
Banco Central da Austrália corta juros
O índice australiano S&P/ASX 200 (.AXJO) se fortaleceu, enquanto o dólar australiano oscilou. Conforme esperado, o regulador reduziu a taxa básica em 0,25 pontos percentuais, para 3,60%, o menor nível dos últimos dois anos.
Nikkei bate recorde, setor de tecnologia cresce
O índice Nikkei do Japão (.N225) renovou sua máxima histórica, impulsionado por uma forte alta nas ações de tecnologia e otimismo renovado em relação às perspectivas comerciais com os Estados Unidos.
China e Hong Kong: resultados mistos
O índice CSI300 das principais ações da China subiu meio por cento. O Hang Seng de Hong Kong (.HIS) permaneceu praticamente estável. O índice MSCI mais amplo para a região Ásia-Pacífico, excluindo o Japão, teve um ganho modesto.
Ano de batalhas comerciais
Nos últimos 12 meses, Estados Unidos e China trocaram tarifas, levando a uma série de negociações em Genebra, Londres e Estocolmo que começaram em maio. A questão principal tem sido a redução gradual das tarifas retaliatórias que estavam em níveis extremos.
Inflação e taxas do Fed
Uma aceleração inesperada da inflação poderia fortalecer as expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve ainda este ano. Os mercados precificam pelo menos dois cortes em 2025, enquanto analistas do JPMorgan preveem quatro cortes consecutivos começando em setembro.
