Os índices de ações dos EUA encerraram a sessão de ontem com perdas. O S&P 500 caiu 0,25%, enquanto o Nasdaq 100 recuou 0,30%. O industrial Dow Jones teve queda de 0,45%.

No entanto, com a abertura das negociações na Ásia, os índices subiram embalados por uma onda de otimismo dos investidores, após o presidente Donald Trump sinalizar que estava pronto para permitir que empresas americanas retomassem certos fornecimentos de microchips à China e prorrogasse a trégua comercial com Pequim. Essa declaração, feita após um longo período de tensões nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, trouxe um sopro de alívio para mercados desgastados pela incerteza e pelo temor de uma desaceleração econômica global.

A retomada das entregas de microchips, componente essencial da eletrônica moderna, para a China representa, na prática, um afrouxamento da pressão de sanções sobre empresas de tecnologia chinesas. Esse avanço foi bem recebido por investidores que aguardavam uma recuperação da atividade empresarial e maiores lucros corporativos. Já a prorrogação da trégua comercial abre espaço para novas negociações e para a busca de soluções de compromisso capazes de resolver disputas existentes e evitar uma escalada da guerra comercial. O impacto dessa notícia sobre os mercados asiáticos foi imediato e significativo. Os índices registraram ganhos sólidos, apoiados pelo aumento nos volumes de negociação e pela entrada de novo capital. Investidores cansados da volatilidade e da incerteza viram o sinal de possível alívio nas tensões comerciais como uma oportunidade para recompor posições e garantir lucros.

O índice de ações asiáticas subiu 0,4%, devolvendo parte dos ganhos iniciais após a China recomendar que empresas locais não utilizassem os processadores H20 da Nvidia Corp. O índice do dólar americano recuou 0,1%, enquanto os preços dos Treasuries dos EUA pouco oscilaram. O preço do ouro avançou. Os contratos futuros dos índices europeus subiram 0,3%, enquanto os futuros dos índices norte-americanos caíram 0,1%, anulando os ganhos anteriores após a diretriz chinesa.

De modo geral, a Ásia respirou aliviada diante dos temores de sanções mais rigorosas que poderiam atingir o ecossistema de microchips e eletrônicos. Ao mesmo tempo, a China instou fortemente as empresas locais a evitarem o uso dos processadores Nvidia H20, especialmente para finalidades ligadas ao Estado. Isso dificulta as tentativas da fabricante de recuperar bilhões em receita perdida na China, assim como os esforços sem precedentes do governo Trump para transformar essas vendas em receita extra para o governo dos EUA.

Mais tarde, a atenção se voltará para os dados de inflação, que devem mostrar um aumento, já que os varejistas vêm elevando gradualmente os preços de diversos produtos sujeitos a tarifas de importação mais altas. No entanto, a reação do mercado a possíveis surpresas nos números pode ser exagerada, especialmente se um Índice de Preços ao Consumidor (CPI) significativamente acima do esperado levar os traders a acreditar que o Federal Reserve poderá evitar cortar juros em sua próxima reunião.

O Índice de Preços ao Consumidor Core dos EUA, considerado um termômetro da inflação subjacente por excluir preços voláteis de alimentos e energia, deve registrar alta de 0,3% em julho.

Quanto ao quadro técnico do S&P 500, a principal tarefa para os compradores hoje será romper o nível de resistência mais próximo, em US$ 6.385. Isso apoiaria novos ganhos e abriria caminho para uma alta rumo ao novo patamar de US$ 6.392. Uma prioridade igualmente importante para os touros será manter o controle acima de US$ 6.400, o que fortaleceria sua posição. Caso haja uma queda, diante da redução do apetite ao risco, os compradores precisarão se impor próximo a US$ 6.373. A quebra abaixo desse nível poderia rapidamente empurrar o ativo de volta a US$ 6.364 e abrir caminho para US$ 6.355.