Mercado dos EUA recua em meio a lucros fracos e expectativas em relação ao Fed
Nesta terça-feira, os índices acionários dos Estados Unidos encerraram o dia em território negativo. O S&P 500 e o Nasdaq recuaram após registrarem máximas históricas, pressionados por relatórios corporativos decepcionantes, enquanto investidores adotaram uma postura cautelosa antes do anúncio de política monetária do Federal Reserve.
Dow sob pressão: seguradoras e ações do setor aeroespacial puxam o índice para baixo
Entre os componentes do Dow Jones, UnitedHealth, Boeing e Merck divulgaram seus resultados trimestrais, e todas encerraram o dia em queda. As ações da UnitedHealth despencaram 7,5% após a empresa reduzir sua projeção de lucro, tornando-se o principal peso negativo sobre o índice. Já as ações da Boeing caíram 4,4%, mesmo com a empresa registrando um prejuízo menor do que o esperado no segundo trimestre.
Setor farmacêutico e vacinas: Merck adia envios à China
A gigante farmacêutica Merck também divulgou seus resultados financeiros e anunciou a prorrogação da suspensão dos embarques da vacina contra o HPV Gardasil para o mercado chinês até pelo menos o final de 2025, devido à baixa demanda persistente. Nesse contexto, suas ações recuaram 1,7%.
Gigantes de tecnologia ganham os holofotes nesta semana
Os investidores aguardam ansiosamente os resultados das gigantes do setor de tecnologia, como Meta, Microsoft, Amazon e Apple. Seus balanços costumam ter forte impacto sobre a dinâmica dos mercados, devido ao peso significativo que essas empresas têm nos principais índices.
Resumo da sessão de negociação
O Dow Jones Industrial Average caiu 204,57 pontos, ou 0,46%, encerrando o dia em 44.632,99 pontos.O S&P 500 perdeu 18,91 pontos, ou 0,30%, fechando em 6.370,86 pontos.O Nasdaq Composite recuou 80,29 pontos, ou 0,38%, terminando em 21.098,29 pontos.
UPS e Whirlpool pressionam índice de transportes
As ações da United Parcel Service (UPS) despencaram 10,6% após a divulgação do relatório trimestral. A empresa de entregas expressas mais uma vez se absteve de fornecer projeções de receita e margem para o ano, aumentando as preocupações dos investidores de que a política comercial instável do presidente Donald Trump esteja pressionando os negócios.
A queda das ações da UPS contribuiu para uma baixa de 2,3% no Dow Jones Transport Average, marcando sua maior queda diária desde 21 de maio.
Whirlpool reduz projeções e perde valor de mercado
As ações da Whirlpool caíram 13,4%. A fabricante de eletrodomésticos revisou para baixo suas projeções de lucro anual e de dividendos. Segundo a empresa, o aumento das importações por parte de concorrentes antes da implementação de tarifas pelo governo Trump intensificou a pressão sobre os resultados.
Procter & Gamble aumenta preços e decepciona investidores
As ações da Procter & Gamble recuaram 0,3%. A fabricante de bens de consumo, conhecida por seus detergentes e produtos de higiene, divulgou uma previsão anual abaixo das expectativas do mercado. Além disso, a empresa anunciou aumentos de preços em uma variedade de produtos, numa tentativa de compensar o impacto das tarifas.
Investidores aguardam decisão do Fed e novidades sobre negociações comerciais
Espera-se que o Federal Reserve mantenha a taxa básica de juros inalterada após a reunião desta quarta-feira. Os participantes do mercado estão atentos às declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, que podem fornecer pistas sobre o possível cronograma de futuros cortes nas taxas de juros.
Enquanto isso, o segundo dia de negociações entre Estados Unidos e China, com o objetivo de resolver o conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo, terminou em Estocolmo. O presidente Trump declarou que, segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o encontro da delegação americana com representantes chineses foi extremamente produtivo.
Ganhos cautelosos: mercados asiáticos avançam moderadamente antes da decisão do Fed
As bolsas asiáticas registraram ganhos moderados nesta quarta-feira, apesar das tensões persistentes no comércio global. Investidores permaneceram cautelosos após mais uma rodada de negociações entre EUA e China terminar sem grandes avanços, e agora voltam sua atenção ao comunicado do Fed sobre política monetária.
Taiwan sobe, Japão e Hong Kong recuam
O índice MSCI Ásia-Pacífico avançou 0,3%, impulsionado pela alta do mercado de ações de Taiwan. Em contrapartida, o Nikkei do Japão caiu 0,03%, e o Hang Seng de Hong Kong recuou 0,4%. A Austrália teve o melhor desempenho regional, com alta de 0,7%.
Euro se recupera levemente
O euro subiu 0,2%, afastando-se da mínima de um mês e atingindo o nível de 1,1564. A moeda encontrou suporte nas expectativas otimistas em torno de um possível acordo comercial entre a União Europeia e o governo do presidente Donald Trump.
Decisões dos bancos centrais e prazo tarifário em foco
Os traders se preparam para uma agenda intensa de eventos econômicos. Nos próximos dias, são esperadas decisões importantes dos bancos centrais, divulgações de balanços corporativos e dados macroeconômicos relevantes. O evento central da semana pode ser uma declaração do presidente Trump sobre a possível implementação de novas tarifas a partir de 1º de agosto.
Fed mantém taxa, mas opiniões podem divergir
O Federal Reserve deve manter a taxa de juros inalterada, mas alguns membros do comitê podem divergir e defender a redução dos custos de financiamento.
Rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA caem
A demanda por títulos do Tesouro americano aumentou antes da reunião do Fed, fazendo com que os rendimentos atingissem os níveis mais baixos em quase um mês. Um leilão bem-sucedido de títulos com vencimento em sete anos ajudou a aliviar preocupações sobre uma possível queda na demanda por dívida pública.
Banco do Japão não tem pressa para mudar de rumo
Nesta quinta-feira, espera-se que o Banco do Japão mantenha sua taxa de juros básica inalterada. A atenção dos investidores estará voltada para os comentários do regulador, que podem esclarecer o cronograma de possíveis aumentos nas taxas. A possibilidade de uma política monetária mais rígida voltou a ganhar força após o acordo comercial com os Estados Unidos, o que deu ao banco central japonês maior margem de manobra.
Negociações comerciais estagnadas
Enquanto isso, as tensões no comércio global continuam a crescer. À medida que se aproxima o prazo final estabelecido pelo presidente Trump para alcançar um acordo que possa evitar novas tarifas, as negociações entre os EUA e diversos países estão à beira do fracasso.
EUA e China prorrogam trégua, mas não há avanços
Na terça-feira, autoridades dos Estados Unidos e da China concordaram em estender a trégua tarifária de 90 dias. No entanto, nenhum resultado significativo foi anunciado. De acordo com representantes americanos, o presidente Trump deve decidir em breve se irá prolongar a pausa nas tarifas, que expira em 12 de agosto, ou permitir que elas voltem a níveis de três dígitos.
Índia e Coreia do Sul buscam saída
A Índia também está se preparando para um possível aumento nas tarifas dos EUA sobre uma variedade de produtos de exportação, que pode variar entre 20% e 25%. Fontes do governo indiano afirmam que o país não pretende fazer novas concessões comerciais antes do prazo de 1º de agosto. Simultaneamente, em Seul, três ministros do gabinete sul-coreano realizaram conversas com o representante comercial dos EUA, Howard Lutnick, em uma tentativa de última hora de chegar a um acordo.
Petróleo sobe em meio à incerteza geopolítica
O preço do petróleo Brent subiu 14 centavos, ou 0,19%, na quarta-feira, alcançando US$ 72,65 por barril.