Apesar de todas as dificuldades, incertezas e da tensão generalizada no mercado, os índices de ações continuam a subir. Os investidores acreditam que Donald Trump terá de recuar em seu confronto com a China e, de modo geral, retornar às políticas econômicas tradicionais dos Estados Unidos das últimas décadas — ainda que com algumas adaptações.

Por que os mercados acreditam que Trump "desinflou", que ele está enfraquecido e será forçado a retomar a linha econômica convencional dos EUA?

É evidente que o 47º presidente dos Estados Unidos permanece sob intensa pressão das visões tradicionais americanas sobre política interna e externa, sendo empurrado para uma "cama de Procusto" que exige resultados concretos nos primeiros 100 dias de mandato — resultados que não se materializaram. Ele não conseguiu implementar suas ambiciosas promessas de campanha por meio de uma abordagem relâmpago, e a pressão exercida por grandes corporações multinacionais, somada à percepção de que seus métodos — eficazes no setor imobiliário — são inaplicáveis à política em grande escala, o levou a uma decisão importante: expandir a dívida pública como forma de estimular a economia nacional.

O que isto significa para os mercados?

Se os planos para estimular a produção doméstica por meio de cortes de impostos e medidas semelhantes forem implementados, isso poderá desencadear uma nova onda de crescimento da liquidez do dólar. Os mercados de ações receberiam essa notícia com entusiasmo, potencialmente provocando um aumento sustentável na demanda por ações de empresas. Consequentemente, os índices acionários poderiam atingir níveis inéditos, inflando ainda mais as já substanciais bolhas financeiras. Sim, Trump pode tentar estimular o setor real da economia doméstica, mas seu sucesso ainda é uma grande incógnita. No geral, a "boa e velha" política de viver com dinheiro emprestado certamente levará os Estados Unidos ao colapso — mas quando? Essa continua sendo a grande questão.

Enquanto isso, considerando essas perspectivas, podemos esperar um aumento gradual na demanda por ações e ativos do mercado de criptomoedas, uma recuperação nos rendimentos do Tesouro e um enfraquecimento perceptível do dólar americano.

Atualmente, a decisão de elevar o teto da dívida ainda não foi tomada, e os investidores acompanharão atentamente os dados econômicos divulgados, especialmente os números da inflação ao consumidor dos EUA, previstos para quarta-feira. De acordo com o consenso das previsões, a inflação geral anual para maio deverá subir de 2,3% para 2,5%, com crescimento mensal mantendo-se em 0,2%. O IPC básico também deve aumentar de 2,8% para 2,9% na comparação anual e de 0,2% para 0,3% em relação ao mês anterior.

Nessas condições, caso o relatório atenda ou supere as expectativas, podemos antecipar uma demanda local pelo dólar, uma queda no interesse por tokens e um arrefecimento temporário da demanda por ações. Essa seria uma reação tradicional, considerando as expectativas reduzidas de cortes nas taxas no futuro próximo. Contudo, é provável que essa dinâmica seja limitada.

Por outro lado, se o relatório indicar uma desaceleração contínua da inflação, a tendência oposta pode se manifestar.

Previsão para o dia:

#SPX

O contrato CFD sobre os futuros do S&P 500 continua em uma tendência de alta de curto prazo. A perspectiva de uma mudança radical nas políticas econômicas de Trump pode renovar a demanda por ações de empresas e empurrar o índice para 6045,00. Um ponto de compra poderia ser em torno de 6019,06, após romper acima de 6010,00.

#NDX

O contrato CFD sobre futuros do NASDAQ 100 também permanece em uma tendência de alta no curto prazo. As expectativas de uma mudança significativa na política econômica de Trump, aliadas a um aumento na liquidez do dólar, podem renovar a demanda por ações e impulsionar o índice rumo a 22.198,00 pontos. Após o rompimento acima de 21.840,00, um ponto de compra pode surgir próximo a 21.893,20.